Neste mês de outubro, alunos dos cursos técnicos e superiores, e egressos do Campus Boa Vista do Instituto Federal de Roraima (CBV/IFRR) foram destaque em algumas competições regionais e nacionais no campo da tecnologia.
O excelente resultado alcançado por nossos alunos reforça o ensino ofertado pela instituição, que integra a pesquisa, a extensão e a inovação tecnológica, promovendo uma formação alinhada às demandas sociais e do mundo do trabalho.
Para a diretora-geral do CBV, professora Joseane Cortez, a construção do conhecimento exige um ensino cada vez mais dinâmico, integrado à tecnologia, como ferramenta de transformação aliados à inovação. “Almejamos que nossos alunos possam pensar na tecnologia como instrumento de inclusão social e ferramenta para viabilizar o desenvolvimento de soluções inovadoras. Nesse sentido, enfatizamos que o ensino que ofertamos está alinhado às demandas sociais, com foco em soluções tecnológicas que atendam a estas necessidades. Portanto, proporcionar espaços de imersão no universo tecnológico é uma das finalidades de formação do IFRR, enquanto formação demandada pela sociedade em geral”, disse Joseane.
Power4Girls - Uma equipe formada por quatro alunas dos cursos Técnico em Eletrônica e Eletrotécnica, esteve em Brasília, no período de 5 a 7 de outubro, onde participou do evento de culminância do Programa Power4Girls - Empower to Lead.
Sob a orientação da professora Deborah Deah Assis Carneiro, as alunas Maria de Lourdes do Nascimento de Moraes, Luiza Nelí Gomes Moura, ambas do curso Técnico em Eletrônica, Laura Aguiar Ramos Silva e Fernanda de Oliveira Barros, ambas do curso Técnico em Eletrotécnica, apresentaram o produto Mapa do Brasil tátil tridimensional para a aprendizagem de geografia para alunos com deficiência visual.
Desenvolvido pelas alunas, o mapa foi desenhado e impresso em impressão 3D e produzido a partir de um circuito eletrônico. Cada estado tem um botão e ao pressionar o dispositivo é dado play em um áudio com informações geográficas desse estado.
“O mapa foi feito de forma tátil e possui informações em braille sobre as siglas dos estados. O objetivo é ajudar os professores no ensino dessa linguagem na disciplina de geografia. Além disso, a equipe realizou a validação desse produto, por meio de testes com alunos do ensino fundamental, da rede municipal de ensino”, explicou Deborah.
No evento de culminância, em Brasília, as alunas apresentaram o trabalho em forma de pitch para uma banca composta por integrantes da Google, Amazon e Demarest.
Ainda de acordo com a professora, as alunas seguem com o projeto, apresentando para a comunidade acadêmica do IFRR, incluindo gestores e alunos da pós-graduação, em atividades e eventos institucionais. A ideia é que o projeto seja ampliado em 2024.
O programa - Oitenta alunas do ensino médio da rede pública de ensino de todas as partes do Brasil foram selecionadas para participar da edição 2023 do programa, que é uma iniciativa da Embaixada e Consulados dos Estados Unidos no Brasil.
Durante o período do programa, divididas em equipes de quatro alunas, um professor-orientador e um mentor, as integrantes participaram de oficinas, palestras, webinars, atividades interativas online e se aprofundaram nos temas de liderança, empoderamento e empreendedorismo feminino, por meio da criatividade e inovação, desenvolvimento e gestão de projetos.
O Power4Girls conta com a implementação do Instituto Gloria, que tem como foco o combate à violência de gênero, o apoio institucional do Conselho Nacional de Instituições da Rede Federal de Educação Profissional, Científica e Tecnológica (Conif), e inclui também a parceria de várias outras instituições do setor privado, que acreditam no poder e apoiam o empoderamento de mulheres e meninas.
Fernanda Barros diz que o evento serviu para ampliar a visão da equipe sobre outros projetos inovadores. “O evento foi maravilhoso, pois nos deu a oportunidade de conhecer outras meninas com projetos muito relevantes. Tivemos conversas e aprendizados enormes com cada menina incrível que conhecemos em Brasília. O desempenho da equipe foi excelente, pois mesmo lá no evento, dialogamos e resolvemos as demandas do nosso projeto. Conviver por três dias inteiros com a minha equipe e com a nossa professora orientadora foi uma experiência única, de risos e de aprendizados. Tivemos vários feedbacks positivos sobre o nosso projeto e protótipo, o que foi muito significativo, pois queremos dar continuação ao nosso projeto, inscrevê-lo em outros eventos e editais, para que possamos expandir nosso mapa para outras áreas de ensino, como, química, matemática, e outras”, explicou Fernanda.
Campus Party Amazônia (CPAmazônia) - Considerado o maior festival sobre tecnologia, disrupção, empreendedorismo e STEAM, a CP Amazônia integra um universo de sustentabilidade, desenvolvimento, empreendedores, com muita cultura geek e diversão para quem quer respirar tecnologia, novas ideias e que deseja fazer a diferença hoje para reescrever o código-fonte do mundo.
O CBV teve representação no evento, que foi realizado entre os dias 11 e 15 de outubro, no Studio 5, em Manaus, com uma delegação composta por cerca de 30 alunos, que foram acompanhados pelos professores Andreína Moreira e Igor Aguiar.
“Acredito que a participação de nossos alunos na CPA, por meio das várias palestras, mostras de protótipos e criação de startup, nas mais diversas áreas, desde engenharia à robótica, contribuiu para a ampliação do conhecimento dos estudantes. As experiências práticas oportunizaram o acesso a ideias inovadoras, que podem incentivar a criação de startups de sucesso”, disse Andreína.
Além dos professores, líderes da caravana, nossa instituição também esteve representada pelo professor Vinícius Tocantins, que é embaixador da CP, e ministrou palestras no evento. “A Campus é um evento de tecnologia que estimula a integração dos jovens dentro da área de negócios, ciência tecnologia, ambientes embarcados, robótica. E, como parte desse desafio, acontecem os hackatons, desafios tecnológicos baseados na solução de problemas para as empresas locais. Como professor, tenho a alegria de perceber que o tipo de direcionamento que fazemos dentro do CBV traz resultados, em especial, por essa abordagem de não fazer apenas o ensino, mas entender que educação, ciência e tecnologia transformam verdadeiramente a vida de nossos alunos. Isso reforça o nosso escopo de atuação, que é a oferta da educação para a profissão, por meio da ciência e da tecnologia que é uma das bandeiras que temos na Rede Federal de Educação Profissional e Tecnológica”, enfatizou Tocantins.
O acadêmico do 6° Módulo do Curso de Tecnologia em Análise e Desenvolvimento de Sistemas (Tads), Guilherme Gutierre Pereira, diz que a participação dos alunos em eventos como esses contribui para a formação integral do estudante. “A Campus é importante tanto para nosso desenvolvimento pessoal quanto profissional. É um universo totalmente diferente daquele que estamos acostumados, pois integra tecnologia, ciência, educação e inúmeras outras áreas de conhecimento com foco na inovação. Além disso, podemos ampliar nosso networking, conhecer pessoas, o que oportuniza nosso desenvolvimento profissional. Foi muito valioso participar de atividades na área do empreendedorismo com foco na utilização de recursos renováveis, voltados à sustentabilidade, o que traz benefício não somente para as empresas, mas para o meio ambiente e para a humanidade. Foi uma experiência incrível e pretendo participar de outras edições!”, ressaltou.
Esta não é a primeira vez que o CBV teve representação na Campus. Em 2019, os egressos do curso de Tads, Elias Freitas e Lucas Rafael Lima, participaram da CP edição São Paulo, onde apresentaram o Jogo Pathfinder: um modelo de gamificação aplicado às atividades do ensino médio, criado com o objetivo de aumentar a participação dos alunos e envolvê-los nas atividades das disciplinas do ensino básico e técnico.
OBR - Outro destaque foi a participação de nossos alunos na Olimpíada Brasileira de Robótica (OBR). Duas equipes foram inscritas na modalidade apresentação, uma na categoria modelagem virtual com as alunas Sophia Dinely, Fernanda Barros, Karina Ketlyn e Beatriz Estefane, e outra na categoria maker, a Macuxi Sapiens, formada pelos alunos Gabriel Bonates, Luiza Neli e Eric Leal, que conquistou a medalha de prata na competição.
Neste ano, a OBR contou com a participação de 34 alunos no curso de capacitação para a prova teórica. Dentre esses alunos, 19 foram selecionados para participarem da modalidade prática. O aluno Álex Aliaga obteve nota classificatória na prova teórica para o nível nacional, em junho de 2023.
Três equipes foram inscritas na modalidade prática presencial e participaram da competição na escola do Sesi, em agosto de 2023, quando conquistaram o 4º, 6º e 7º lugar.
“Por meio da eletrônica, presente nos módulos e sensores podemos entender como os circuitos elétricos são aplicados nos diferentes parâmetros da tecnologia, como a robótica por exemplo. Acredito que a participação em programas e olimpíadas na área da robótica são fundamentais para ampliar os horizontes daqueles que gostam de eletricidade, além de nos dar a oportunidade de ter contato com a robótica e automação. Com esse conhecimento de robótica e eletrônica podemos desmistificar as tecnologias da atualidade como as novas inteligências artificiais e os robôs, como a famosa Ameca”, disse Eric.
Desafio Nasa Space Apps - Egressos do CBV venceram o Desafio Nasa Space Apps, que em Boa Vista, foi realizado pelo Centro de Ciência e Tecnologia da Prefeitura Municipal de Boa Vista (CCTI/PMBV). Os integrantes da equipe InWater e egressos do IFRR Naara Waismann do curso Técnico em Eletrotécnica; Felype Wellington e Lucas Anderson do curso Técnico em Informática; e Lucas Rafael Lima egresso do curso de Análise e Desenvolvimento de Sistemas, em conjunto com o estudante de Ciência da Computação na UFRR, Vinicius Noleto, desenvolveram um projeto que visa enfrentar o desafio urgente da contaminação da água, identificada como prejudicial não só para a biodiversidade, mas também para o consumo humano e as atividades recreativas, e a falta de informação agrava os riscos para a saúde.
“Desenvolvemos um protótipo de aplicativo que visa destacar áreas seguras para banhistas com base em sua localização, utilizando imagens de satélites da Nasa, banco de dados e relatórios comunitários sobre a qualidade da água fornecidas pelas autoridades reguladoras da região. A análise desses dados permite discernir quando um local se torna impróprio para uso populacional. O usuário pode ainda ver informações sobre espécies ameaçadas e fazer denúncias de ocorrências de contaminação”, explicou Lucas Rafael.
Desde a sua criação em 2012, o International Space Apps Challenge da Nasa se tornou o maior hackathon mundial do mundo, envolvendo milhares de cidadãos em todo o mundo a usar os dados abertos da Nasa para criar soluções inovadoras para os desafios que enfrentamos na Terra e no espaço.
O Space Apps inspira as comunidades locais a se unirem, pensarem intensamente e criarem soluções para problemas importantes. A cada ano, o Space Apps envolve milhares de pessoas em cidades ao redor do mundo para trabalhar com os dados de código aberto da NASA em um sprint de 48 horas. Equipes de tecnólogos, cientistas, designers, empreendedores, artistas e outros colaboram para responder a alguns dos desafios mais prementes da Terra e do espaço.
Com informações dos sites: https://hackathonbrasil.com.br/nasa/ e https://brasil.campus-party.org/cpamazonia/