Campus Boa Vista desenvolve projeto para implantação da primeira Sala de Autorregulação Emocional do IFRR

Publicado em 9 de Outubro de 2025 às 16:02
Autoria
Sofia Lampert - RELACOES PUBLICAS

A equipe envolvida no projeto está realizando levantamento das necessidades sensoriais e emocionais dos estudantes e servidores da unidade

Sala de autoregulação do IFPB/Campina Grande
Sala de autoregulação do IFPB/Campina Grande

O Campus Boa Vista do Instituto Federal de Roraima (CBV/IFRR), por meio do Programa Institucional de Incentivo a Projetos de Extensão (Pipex), edição 2025, está desenvolvendo um projeto para implantação de uma sala de autorregulação emocional. O objetivo é ofertar espaço planejado, adaptado e seguro para dar suporte a estudantes, servidores e pessoas da comunidade com transtorno do espectro autista (TEA) assistidas pelo IFRR e/ou com outros que demandem ambiente adequado para modulação sensorial, emocional e autorregulação orgânica.

Atualmente, a equipe envolvida no projeto está realizando levantamento das necessidades sensoriais e emocionais dos estudantes e servidores do CBV/IFRR, unidade onde a sala será instalada. Para participar, a comunidade acadêmica pode preencher o formulário disponível aqui.

Material elaborado pelos integrantes do projeto

Além disso, a coordenação do projeto está realizando uma campanha de arrecadação (ver card abaixo) de material para equipar a sala com itens que não são contemplados pela bolsa do Pipex.

Como você pode ajudar?

– Doando material sustentável que possa ser reutilizado;

– Divulgando a iniciativa para que mais pessoas se envolvam;

– Participando da construção coletiva desse ambiente inovador.

Material elaborado pelos integrantes do projeto

Conforme a coordenadora do projeto, psicóloga Alizane Ramalho, que conta com o apoio das professoras Cristiane Oliveira e Eliana Mendonça, a sala de autorregulação é um recurso estruturado dentro do ambiente escolar que visa promover a autorregulação emocional e comportamental. “Nosso objetivo é contribuir significativamente para a inclusão efetiva e melhoria dos indicadores de aprendizagem, comportamento e pertencimento. O Pipex tem sido a base para adquirirmos recursos, e criarmos essa sala de autorregulação, que batizamos de Estação de Recarga”, explicou.

Alizane esclareceu ainda que a proposta do projeto vai ao encontro de uma educação humanizada e inclusiva que não deixe ninguém para trás. Segundo ela, a Estação de Recarga, como foi batizada a sala, funcionará dentro do setor de Assistência Estudantil do CBV, provendo formação para profissionais e oferta de palestras e oficinas voltadas às comunidades acadêmica e civil.

Ainda de acordo com a coordenadora, também faz parte do projeto a realização de oficinas de produção de material de conforto sensorial a partir dos objetos arrecadados, ciclo de palestras sobre diversidade, inclusão e combate ao capacitismo, além de rodas de conversa para estudantes, servidores e pessoas da comunidade externa. Futuramente, pretende-se elaborar um guia prático de manejo de crises sensoriais/emocionais para educadores, técnicos e pessoas da comunidade em geral, bem como oferecer para os servidores da área do ensino formação sobre o que é uma sala de autorregulação, destacando a importância desse espaço na escola como mecanismo de inclusão escolar.

Outras informações sobre o projeto podem ser solicitadas pelo e-mail [pedir endereço].

Entrevista com a coordenadora do projeto, psicóloga Alizane Ramalho

Ascom – Quem está coordenando o projeto?
Coordenadora – À frente do projeto, estou eu, psicóloga Alizane Ramalho, contando com o apoio das professoras Cristiane Oliveira e Eliana Mendonça, além de duas estudantes bolsistas. Todas somos vinculadas ao CBV.

Equipe do projeto

Ascom – Por que implantar uma sala como essa em um ambiente educacional?
Coordenadora – A oferta de uma sala de autorregulação emocional é um importante mecanismo de inclusão escolar. Autistas lidam diariamente com experiências estressantes, desregulatórias e sobrecargas sensoriais e emocionais. Devido à dificuldade de comunicação e linguagem, associada à rigidez cognitiva, eles necessitam de um espaço silencioso e adequado para se autorregular, sem precisar mobilizar a família para retirá-los da escola, nem ocupar a sala de psicologia, pois o estudante em crise nem sempre precisa de atendimento, mas de espaço e tempo para se recompor.

Ascom – Quem será o público-alvo da sala?
Coordenadora – Ela será projetada para ajudar estudantes e servidores, especialmente aqueles com neurodivergências ou dificuldades na modulação emocional, no gerenciamento do estresse, da sobrecarga sensorial e na regulação de emoções intensas, utilizando recursos sensoriais e mecanismos de autorregulação do próprio sujeito.

Ascom – O projeto teve alguma inspiração na Rede Federal? Qual é a perspectiva no IFRR?
Coordenadora – Nosso projeto foi inspirado em uma experiência do Instituto Federal da Paraíba (IFPB) (confira aqui). Esse case de sucesso foi apresentado na 49ª Reunião Anual dos Dirigentes das Instituições da Rede Federal de Educação Profissional, Científica e Tecnológica (Reditec 2025). (Veja matéria sobre o assunto aqui.)

A ideia é que o projeto, se possível, seja replicado nas unidades de ensino e na Reitoria do IFRR, ampliando o alcance da proposta.

Texto: Sofia Lampert

Revisão textual: Antonio Matos

Colaboração: Alizane Ramalho

Cards: bolsistas do projeto

Foto: IFPB

Ascom/Reitoria

9/10/2025