Professora do Campus Boa Vista participa de evento internacional sobre autismo

Publicado em 14 de Setembro de 2023 às 17:04
Autoria
Virginia Albuquerque - JORNALISTA

A professora é coautora em dois trabalhos frutos de projetos desenvolvidos no campo da inclusão de pessoas com Transtorno do Espectro Autista (TEA)

CRistiane
CRistiane

No período de 7 a 9 de setembro, a professora Cristiane Pereira de Oliveira, do Campus Boa Vista do Instituto Federal de Roraima (CBV/IFRR), participou do 5º Congresso Internacional de Autismos do Brasil (CIAB), em Belém (PA). Durante o evento, apresentou na condição de coautora o trabalho “Escolarização de uma criança com transtorno do espectro autista – uma análise longitudinal”. Ela também contribuiu com a autoria do trabalho “Contação de histórias como estratégia de inclusão de uma estudante com transtorno do espectro autista” , apresentado pela professora Cleide Maria Velasco Magno. Ambos os estudos são oriundos de pesquisas e projetos desenvolvidos no campo da inclusão de pessoas com Transtorno do Espectro Autista (TEA), por professores do estado do Pará.

Além da orientação de Trabalhos de Conclusão de Curso (TCCs) nesse segmento, Cristiane é orientadora dos projetos "Estudos sobre o Transtorno do Espectro Autista no Município de Boa Vista em Roraima", realizado no âmbito do Programa de Bolsas de Iniciação Científica e Tecnológica (Pibict); “Autismo – Grupo de Ajuda Mútua: Cuidando de Quem Cuida”, desenvolvido pelo Programa Institucional de Bolsas de Ações de Extensão (Pbaex), em parceria com a Associação União de Pais e Pessoas Autistas (UPPA)-Roraima; e também coordena eventos como a Gincana da Família TEA e a Recreação para Autistas.

Congresso – Com o tema "Eu Posso, Eu Faço", o 5º CIAB teve como objetivo enfatizar o protagonismo e o empoderamento da pessoa autista. O evento deu continuação ao desenvolvimento de um projeto macro de capacitação de pais, profissionais e acadêmicos de diversas áreas para proporcionarem qualidade de vida a pessoas com autismo e conscientizarem a sociedade, tornando-a mais inclusiva e menos preconceituosa. Ele conta com participação de autistas em palestras e oficinas mostrando as funcionalidades e as habilidades que devem ser respeitadas.

Cristiane explica que a participação no evento se articula com seus estudos no curso de doutorado da Rede Amazônica de Educação em Ciências e Matemática (Reamec). "Antes do evento, tive a oportunidade de conhecer minha orientadora de doutorado, Maria de Fátima Vilhena da Silva, da Universidade Federal do Pará, e de participar de uma banca de TCC na UFPA, algo que foi essencial nesta nova jornada no doutorado. Além disso, o evento foi maravilhoso. Agradeço imensamente esta oportunidade e já planejo ir participar da próxima edição do evento, que está prevista para ocorrer em Maceió (AL). No evento, tivemos contato com profissionais que trabalham com o TEA há muitos anos, alguns de renome nacional, como o Fábio Coelho, da Academia do Autismo, e o doutor Tiago Lopes, do Instituto Farol, e também com profissionais conhecidos internacionalmente, como o doutor Antonio Hernández Fernández, criador do conceito de Neuropedagogia, com o uso da Neuroimagem, para atender às necessidades educativas. Fiz conexão com muitas pessoas e possíveis parcerias para ampliarmos nossa visão sobre o TEA em Roraima. Participar de eventos como esse é essencial para ampliar conhecimentos e construir uma sociedade mais inclusiva e acolhedora para todas as pessoas, independentemente de suas diferenças”, disse.

A presidente da UPPA-Roraima, Muryanne Alves Gianluppi, que também participou do evento e que faz parte do Grupo de Ajuda Mútua: Cuidando de Quem Cuida, afirma que participar de um congresso internacional foi de grande relevância. “Pudemos observar vários estudos científicos e comprovações de que, hoje em dia, o autismo não está mais alicerçado somente na base do fator genético. Eles apontam outras possibilidades, citando casos de mães de crianças com TEA que tomaram a medicação Paracetamol durante a gestação. Então, os estudiosos estão procurando encontrar mais respostas, e acredito que logo teremos outros apontamentos sobre as causas, além dos fatores genéticos. Além disso, inovações no campo das investigações e exames, como um estudo realizado por profissionais espanhóis, por meio de eletrodos conectados à cabeça, constataram que é possível verificar o nível de atividade cerebral no momento em que se fala de algo impactante para o paciente, sendo possível diagnosticar o autismo com base nesse nível de atividade em determinado hemisfério cerebral. Então, como ainda não temos nenhum exame que propicie o diagnóstico, esse tipo de estudo tem enorme significado para quem o busca. Outra discussão relevante no evento foi acerca dos avanços das pesquisas sobre o uso do Canabidiol, com relatos de melhorias em tratamento de crianças autistas que sofriam de convulsões e que, por meio da ingestão da substância, ficaram livres das crises. Então, é uma esperança! Acredito que esse congresso foi de grande importância para a ampliação do conhecimento dos pais, dos terapeutas e dos demais profissionais que participaram”, relatou.